Aplicativo chamado “Conemo” será implementado em duas UBSs de Indaiatuba
Indaiatuba inicia o Setembro Amarelo com uma novidade no sistema público de saúde. A Secretaria de Saúde do município firmou uma parceria com a Unimax para o uso de um aplicativo de celular que visa reduzir sintomas de depressão, ansiedade e insônia. O aplicativo batizado de Conemo (Controle Emocional) foi desenvolvido por pesquisadores do Centro Nacional de Ciência e Inovação em Saúde Mental (Cism), que reúne estudantes e professores ligados a universidades.
De acordo com a secretária de Saúde, Graziela Garcia, em um primeiro momento, o aplicativo será disponibilizado aos pacientes atendidos nas Unidades Básicas de Saúde do Campo Bonito e do João Pioli. “Vamos acompanhar como será a aplicação dessa ferramenta nos pacientes dessas duas unidades de saúde para depois estender o serviço para outras unidades”, explicou a secretária.
Os pesquisadores responsáveis pelo estudo que criou a ferramenta, informaram que o Conemo tem como objetivo melhorar o acesso ao tratamento para quem sofre de depressão, ansiedade e insônia.
Os pacientes que são atendidos na UBS do Campo Bonito e do João Pioli que forem encaminhados pelo médico para o uso do aplicativo, devem se dirigir à unidade para escanear o QRCode do Conemo. Em seguida, deverão preencher um formulário on-line e questionários que verificarão se a pessoa está dentro dos parâmetros exigidos para o uso da ferramenta e, na sequência, será disponibilizado um botão para baixar o app.
Os pré-requisitos para acesso à ferramenta é ter 18 anos ou mais; ter sintomas significativos de ansiedade, insônia ou depressão (identificados em questionários); não ter risco de suicídio moderadamente alto ou alto (constatado em questionários); e estar apto a ler as instruções do aplicativo através de um smartphone ou tablet.
Como funciona o Conemo
O aplicativo Conemo é baseado na ativação comportamental para pessoas acometidas por ansiedade, depressão e insônia, tendo como objetivo auxiliar na diminuição desses sintomas. A ferramenta possibilita uma intervenção de psicoterapia cognitivo-comportamental, com jornadas de sessões e vídeos voltados ao tratamento de cada um desses sintomas e sugere atividades, dicas e estratégias que visam melhorar a saúde dos usuários.
O app faz parte de um projeto conduzido por psicólogos, médicos, enfermeiros e pesquisadores com experiência em estudos semelhantes. A equipe abordará o contexto de saúde e sociodemográfico dos pacientes e fará análises estatísticas, a partir de questionários, para avaliar a eficácia do tratamento, com foco na redução dos sintomas.
Além disso, o grupo irá coletar dados qualitativos, por meio de entrevistas, para compreender as barreiras e os facilitadores da intervenção. Depois de três meses, os usuários do aplicativo responderão novamente os questionários para que os pesquisadores analisem e identifiquem quais foram suas evoluções depois do uso do aplicativo.
Equipes de Saúde e psicólogos da própria rede de saúde também estão sendo treinados na utilização do aplicativo para incorporar o uso em sua prática de rotina.
CISM
O Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental (CISM) conta com o aporte e apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Reúne um amplo número de pesquisadores, entre estudantes e professores ligados a universidades. É uma iniciativa da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP) e Unicamp e possui, entre seus parceiros, a Unimax e o Centro Universitário de Jaguariúna (Unifaj).
O Centro de Pesquisa e Inovação em Saúde Mental atua com o propósito de avançar no conhecimento sobre as condições de saúde mental e melhorar o bem-estar das comunidades. Os pesquisadores investigam os fatores genéticos e ambientais dos transtornos mentais em crianças e adolescentes, trabalham para implementar novas intervenções eficazes na prática clínica por meio da transferência de conhecimento e tecnologia em saúde mental para a sociedade e, ainda, incentivam o empreendedorismo social por meio do desenvolvimento de soluções digitais inovadoras voltadas ao cuidado da saúde mental.
Foto: Eliandro Figueira RIC/PMI