Quarentena: qual a lição?
Raphaela Vitiello
É de uma hora pra outra o mundo pausou, os encontros foram adiados por tempo indeterminado, as reuniões em família passaram a ser no máximo por ligação, a “breja” com os amigos de final de semana se tornou um brinde taça consigo mesmo, tudo de uma hora para outra.
A lição que mais ficou clara nessa quarentena foi a de perceber prioridades. Desde as proridades estabelecidas para si mesmo – de não adiar os planos, sonhos, viagens, estudos, como as prioridades para com os familiares, amigos e conhecidos – recusar algum jantar ou almoço com alguém que não se vê faz tempo, não demonstrar seu carinho, ou simplesmente não mostrar empatia e nem se importar com a dor ou alegria do outro.
Na última vez que as pessoas saíram, sabiam que iria ser a última por muito tempo? Sabiam que iam ter que se isolar umas das outras?
Não!
Fariam diferente? Aproveitariam mais com a amiga, a família, a professoraou com o amor?
Com certeza!
Assim como a morte, a Covid-19 também foi inesperada, também não foi planejada, e também nos deixou com dúvidas: “será que eu não devia ter ficado menos no celular e apreciado mais a comida que minha tia fez?”, “será que eu não devia ter me despedido com um beijo e abraço em meus avós, e não apenas ter falado tchau?”, “Será que eu devia ter valorizado mais o tato, afeto e contato físico com o próximo?”
Quando poderemos nos abraçar como antes? Ver filmes no cinema, fazer churrasco e comemorar os aniversários presencialmente?
E a dor das famílias que não puderam enterrar seus entes por conta da contaminação?
A sociedade não leva a sério, até que seja com alguém conhecido, algum amigo, irmão, pai, mãe. E isso é pela falta de empatia. “É claro que não vou abrir mão do meu passeio, da minha diversão, isso nunca vai acontecer!” Mas acontece… E isso pode ser amanhã, depois de amanhã ou hoje.
Por isso, a lição mais forte de quando tudo isso acabar, que seja a EMPATIA e amor pelas pessoas, sendo elas conhecidas ou não.