Lições da pandemia Raphaela Vitiello- Blogueira e estudante de jornalismo Os jovens estudam em história as grandes epidemias do mundo: cólera, tuberculose, varíola, tifo, febre amarela, sarampo, malária, gripe espanhola que ficaram lá no passado. Recentemente convivem com a AIDS que teve surgimento em 1981 e bem mais perto, sabem que em 2009, teve a H1N1, mas muitos não se lembram como foi viver uma epidemia, eram crianças demais… Hoje sim, estão sabendo o que é viver, mais do que uma epidemia, e sim uma pandemia, passando pela quarentena, permanecendo isolados, lavando e desinfetando as mãos repetidamente, cuidando das roupas e objetos tocados pelas pessoas. As mídias noticiam sem parar. Tanto noticiam e fazem divulgação que muitas pessoas, se comportam como se passassem por uma guerra, ou algo semelhante, estocando produtos alimentícios, de limpeza, máscaras e, álcool em gel principalmente. Tanto informam sobre mortes, doença, cuidados, e a dor de enterrar parentes sem ao menos poder se despedir do corpo, que muitos egoístas, elevam o preço de serviços e mercadorias. E se vê com frequência, as pessoas desesperadas em seus respectivos carrinhos, comprando como se não houvesse amanhã. Tanto se fala em isolamento que bate solidão, saudade, vontade de sair de casa, ir para praças, ir ao supermercado, fazer pequenas coisas, que antes não se dava valor. O que isso ensina para a sociedade? A ser cada vez mais egocêntrico e só pensar em se beneficiar, ou pensar no próximo, com empatia e se colocar na pele do outro? A questão é: o que é mais importante e deve ser considerado: a economia do país (que já não era lá aquelas coisas) ou o cuidado com da saúde e preservação da vida? Cada pessoa, é claro, tira a lição para si, a partir do seu histórico e questões vividas no passado. Cada um sabe que ver pessoas que são do grupo de risco como avós, avôs, tios, pais, mães; amedrontadas, tristes e preocupadas, longe ou sem contato algum é muito dolorido. Isso é mais ou menos importante do que a parte financeira? De que adianta se preocupar, trabalhar em plena quarentena, se expor, se amanhã ou depois alguém importante pode ter ido, sem ao menos se despedir? Vidas não são substituídas e nem compradas. É claro que há pessoas que não podem parar, que não há essa possibilidade: médicos, enfermeiros, frentistas, motoboys, caminhoneiros, atendentes de farmácias ou de supermercados. Então, se previnem como dá, e continuam a vida, com máscaras, evitando contato físico, mantendo distanciamento, na medida do possível. A economia vai cair certamente. Os pequenos comércios não podem parar e correm o risco de fechar suas portas. Talvez as correntes de ajuda pensadas por pessoas comuns ajudem os pequenos comerciantes a suportar a crise. Talvez o governo tenha bons planos econômicos que possam apoiar os trabalhadores autônomos e, os pequenos e médios empresários. Talvez a criatividade supere a dificuldade. Talvez tudo logo passe e no próximo mês estejamos lendo melhores notícias por aqui.